Lembro que afirmei que Vende-se Um Véu de Noiva seria a última chance do SBT para se firmar na teledramaturgia. Eis que veio a novidade: a contratação de Tiago Santiago, mudando completamente o cenário.
“Uma Rosa Com Amor” (URCA) é uma grata surpresa, diante das últimas novelas apresentadas na emissora de Silvio Santos. É a melhor trama produzida pelo canal desde Esmeralda (2005), que será reprisada.
URCA possui um texto simples, bons atores e uma direção abaixo do esperado, mas é gostosa de assistir. Do elenco destaco a química entre Carla Marins e Cláudio Lins, bem como, a interpretação dos novatos Fábio Rhoden (Beto) e Marina Stacciarini (Raquel).
Não gosto da interpretação de Mônica Carvalho, bem como, o sotaque francês de Claude (Cláudio Lins), que em momentos parece nordestino.
Sou contra adaptações ou remakes que não seguem a ideia original. Virou moda adaptar grandes sucessos, o que é uma bobagem. “Uma Rosa com Amor” segue o mesmo caminho de “Bela, a Feia”. Por causa da audiência, o autor viu a necessidade de acrescentar cenas com adrenalina, onde a ação passa a ser o protagonista e o romance coadjuvante.
Veja bem, não sou contra as mudanças que os autores fazem para melhorar o desempenho de suas novelas, mas então porque não apostar em obras inéditas, podendo assim brincar a vontade com a imaginação do público? O que não se pode fazer é alterar bruscamente a obra de um outro autor.
A adrenalina deu um novo ritmo a Uma Rosa com Amor, que certamente tende a melhorar sua audiência, de seis pontos na Grande São Paulo.
Tiago Santiago, que fez um excelente trabalho na Record, já conquistou (rapidamente) os fãs do SBT, os mesmo que lhe criticavam pela a trilogia de Os Mutantes. É um autor esforçado e fará de tudo para alcançar seu objetivo: dois dígitos de audiência. Sabemos que esse resultado no SBT, nos dias de hoje, é difícil, mas não impossível. E não duvide, uma vez que, Tiago já “ameaçou” a audiência da Rede Globo. Só que tem um detalhe: o SBT precisa contratar um diretor de peso e que entenda melhor o universo do autor. Este, a meu ver, foi o grande erro de Uma Rosa com Amor.
Por: Jeferson Cardoso / Natelinha
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